Bloggaridades - SocioElegias

para quase toda a vulgar sociedade elegíaca

21.1.06

Prisionais 2006 #11 - Antevisão da triste sina
(versão 1890k - série "iliterato")

...elegiacamente à volta do que nos prendeu... do que nos irá prender, perder: Dia de reflexão!


Votar ou não votar?


Que diferença para além do jornal Expresso ter antecipado a sua edição para sexta-feira? Lá vou eu rememorar de encontro às urnas, outros tempos. É por assim ser que me desloco em branco ao antigo Liceu... onde estudei... Há quem diga que passei por lá ou que por lá andei.

Por cá também vamos andando, pena que nos boletins de voto constem só os nomes porque as cruzes, essas, carregámo-las hace tiempo. Ao invés dos nomes, os próprios candidatos! e colocá-los-ia a mais os parcos euros que custearam as suas campanhas para um resto de vida descansado nas ditas urnas. Enterrando-os de vez, desaprisionando-me!


Seja inconsciente, decida conscientemente!
Em caso de dúvida?
Seja consciencioso, vote in consciência.

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17.1.06

Prisionais 2006 #10 - Ante a natalícia visão
(versão 1886j - série "iliterato")

Eis-me a destempo por não ter tido tempo... mas como o natal é quando ninguém quer... e não será neste fim-de-semana, concerteza...

Missivas partilhadas por mão amiga ou de como elegiacamente andámos à volta do que nos prendeu:

Carta de Jerónimo de Sousa ao Pai Natal

Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara's não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!


(Assinado pelo candidato mas aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central)

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11.1.06

Prisionais 2006 #9 - Ante a natalícia visão
(versão 1877i - série "iliterato")

Eis-me a destempo por não ter tido tempo... mas como o natal é quando ninguém quer...

Missivas partilhadas por mão amiga ou de como elegiacamente andámos à volta do que nos prendeu:

Carta de Cavaco Silva ao Pai Natal

Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.

Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.

(por alguém que ser o maior de Portugal)

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8.1.06

Prisionais 2006 #8 - Ante a visão do Carnaval
(versão 1871h - série "iliterato")

Eis-me a destempo por não ter tido tempo... mas como o natal é quando ninguém quer... venha o carnaval!

Missivas partilhadas por mão amiga ou de como elegiacamente andámos à volta do que nos prendeu:

Carta de Francisco Louçã ao Pai Natal

Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal

Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.

Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal

E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.

(partida a louça por Francisco de Portugal)

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5.1.06

Prisionais 2006 #7 - Ante a visão do Natal
(versão 1866g - série "iliterato")

Eis-me a destempo por não ter tido tempo... mas como o natal é quando ninguém quer...

elegias para toda a sociedade.


Missivas partilhadas por mão amiga ou de como elegiacamente andámos à volta do que nos prendeu:

Carta de Manuel Alegre ao Pai Natal

Quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.

Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.

Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.

(da autoria de um Alegre autor)

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4.1.06

Prisionais 2006 #6 - Antevisão do Natal
(versão 1863f - série "iliterato")

Eis-me a destempo por não ter tido tempo... mas como o natal é quando ninguém quer...

elegias para toda a sociedade.


Missivas partilhadas por mão amiga:

Carta de Mário Soares ao Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!

Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.

Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto…
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.

(da autoria de um Ex-deputado, Ex-Primeiro Ministro, Ex-Presidente da República, Ex-Deputado europeu e Futuro Pai Natal)

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