Um Manuel de Ferro Alegre
(versão 905a - série "iliterato")

Naturalmente demito-me!, disse um ferro pouco alegre. Logo outros se entristeceram. Muitos não. Afinal, rodriguinhos assim não levam clube a nenhum lado. E ali ao lado o poeta fez mais tarde saber que nem só loas a Figo sabe tecer. Naturalmente candidato-me!
E as folhas só com as páginas esquerdas escritas serão um novo livro para ler de punho bem apertado.
E sempre que discursar? Todos os dias um poema…alegre?

Par Lamento
(versão 896a - série "deputado iliterato")

Os afazeres profissionais obrigaram-me a temerosas deslocações durante todo o dia de hoje. Deslocando-me em viatura crismada de EP lá fui contentando os ouvidos com, e passe a publicidade, e as aldeias e as vilas por onde andei, a TSF. Gabo-lhes a desfeita. Todo o sacro dia com os megafones postos no Parlamento. E só lamento. Não fui capaz de mudar de emissora assim como ainda não tive coragem de abandonar o país. É preciso sacrificar o corpo que a mente já não é sã.
E o que se ouviu? Mais do mesmo… e tipo feira da ladra ou da vandoma… Nem sei para que queriam eleições, nem sei porque há eleições. Independentemente dos protagonistas os discursos-arruaça são mais do mesmo: promessas vãs de quem tem o seu bem garantidinho, práticas consentâneas com essa garantia. Quer dum quer do outro lado da posição que o O não tem culpa. Letra ímpar para um lamento par, Parlamento, claro!

Um secretário pra ti, um secretário pra mim...
(versão 885b - série "iliterato tomou posse")

Um secretário pra ti, um secretário pra mim... e o palhaço triste não ri. O Alegre talvez.
Palitos todos com a mesma altura exceptuando os que não. Em roda do rectângulo a que chamam Portugal (República qualquer coisa…) sentaram-se todos os cartazes empossados. Mistério atrás de mistério lá foi tirado o tão almejado palitinho mais curto.
- E tu vais para Évora…
E o refrão lá se fez ouvir: Um secretário pra ti, um secretário pra mim… e a cidade sorri (tá-se mesmo a ver quem é o palhaço).
- E tu vais, e tu também, e aquele lá para ali, e aqueloutro turista ao sul (e aqui mais uma interrupção para compromissos publicitários)...
... E o refrão lá se fez ouvir: Um secretário pra ti, um secretário pra mim… e a cidade sorri (tá-se mesmo a ver que é só olá!).
- E eu também quero ir, eu também quero ir… (conhecem esta?)

O estado dos secretários
(versão 881a - série "iliterato tomou posse")

Informam-se os estimados candidatos que as vagas para secretários de Estado do XVI Governo Constitucional estão preenchidas. A não existência de activos em território luso obrigou a que o novel primeiro tivesse refreado não só o número de ministérios (são só 19!) como também aqueles que os secretariariam. Tomarão assim posse tão só 2100213 secretários para ver em que estado estão os mistérios da inexistência de todos os outros.


(fotografia da tomada de posse de alguns dos novos secretários; os dos cartazes empunham a bandeira dos ministérios que ficarão em Lisboa)

O Padrinho de Santa Ana Paio Cópula
(versão 870a- série "iliterato tomou posse")
Versão descensurada em lista completa do XVI Governo Sampastitucional:

Primeiro-Ministro: Pedro Santana Lopes
Segundo-Ministro: ao Estado que as Actividades Económicas só dão Trabalho - Álvaro Barreto
Terceiro-Ministro: ao Estado que chegou a Defesa Nacional - Paulo Portas
Quarto-Ministro: Estádio da Residência - Nuno Morais Sarmento
Quinto-Ministro: Administração Púbica das Finanças - António Bagão Félix
Sexto-Ministro: as Comunidades Portuguesas são Negócios Estrangeiros - Em baixa a dor de António Monteiro
Sétimo-Ministro: Administra São que está Internada - Daniel Sanches
Oitavo-Ministro: das Cidades, das Vilas, das Aldeias e de todos os Locais onde haja Habitação e Desenvolvimento para Administrar Regionalmente - José Luís Arnaut
Nono-Ministro: o Postiço de José de Aguiar Branco
Décimo-Ministro: a Agricultura foi à Pesca de Florestas para Carlos da Costa Neves
Décima-Primeira Ministra: a Educação de Maria do Carmo da Costa Seabra
Décima-Segunda Ministra: a Ciência que o Ensino tem para ser Superior a Maria da Graça da Silva Carvalho
Décimo-Terceiro Ministro: a Saúde de Luís Filipe Pereira
Décimo-Quarto Ministro: a Segurança Social da Família e da Criança Fernando Negrinho
Décimo-Quinto Ministro: António Mexia nas Obras Públicas, nos Transportes e nas Comunicações
Décima-Sexta Ministra: a Cultura de Maria João Bustorff Silva
Décimo-Sétimo Ministro: o Ambiente Desordenado do Nobre Luís Território Guedes
Décimo-Oitavo Ministro: em classe Turística - Telmo Correia
Décimo-Nono e Primeiro-Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro: o que tem as chaves é o Henrique
Vigésimo Ministro: para Falar de Assuntos Elementares - Rui Gomes da Silva
Vigésimo-Primeiro Secretário para ver em que Estado da Presidência está o Conselho de Ministros quando se reúne aos Domingos Jerónimo

P(obre) S(ócrates)
(versão 865a - série "iliterato")

PS: Sócrates quer construir "um partido da esquerda moderna". Será que o ambiente vai mudar ou quem mudará os ambientes? Do partido, inteiro.
Combater a direita parece ser a palavra de ordem. Renovação também, alternativa, abertura às novas ideias e à sociedade, mais pontes, menos lixo, mais conhecimento, defesa do consumidor… tanta proposta, tanta mudança. Tudo por causa das derrotas pessoais de alguém que representa um todo por estar investido para o efeito. Não fora a causa nem o causador.
Quer-me parecer que este é o partido que ganhou as recentes eleições. Queres ser candidato à liderança do partido? Por inteiro, claro!
O rato pariu um Sócrates!
O pétreo que me perdoe.

Antecipadas já!
(versão 843a - série "iliterato")

Um distinto bloquista feito da mesma têmpera que o símbolo da ditosa urbe, resolveu, a exemplo da campanha iliterata com que o seu partido nos brindou nas recentes europeias (é certo que todos os partidos fizeram colagens vergonhosas ao futebol, mas ficaram-se por aí...), vir a público por via do jornal lá da terra, pedir o perpétuo prolongamento da final do Euro 2004. É que estando farto de ver a repetição do jogo não se conforma com o inalterado resultado... vai daí teve a brilhante ideia de se colar às bandeiras que ainda decoram as janelas - promiscuidade típica neste luso território em que até os apitos são dourados - sugerindo aos conterrâneos que ao invés de cantarem de galo para mostrar a sua insatisfação para com a actual crise governativa que deixassem permanecer as prazenteiras bandeiras assim ao vento. Quem o fizesse estaria a proclamar ANTECIPADAS JÁ!
Claro que escrevo isto depois de ter assistido à monumental assoadela à bandeira do dito cerâmico representante do bloco, em consequência da comunicação presidencial à nação.
Escusado será dizer que a Grécia continua, repetição após repetição, a ganhar a Portugal pelo mesmo resultado (Um zero, à esquerda?). Os demais insatisfeitos defenestraram-se...
[pior que este galo só meio santana]

A descomissão de acompanhamento da lei da adopção...
(versão 832a - série "iliterato")

... aconselha: adoptem 1 santana! Porque...

De acordo com o gabinete da ministra daquela descomissão, havia candidatos à adopção que esperavam desde que nasceram para saber se tinham condições de desgoverno, mas nos últimos dias foram recuperadas 70 a 80 por cento das inquietações em atraso...

O Mistério da Justiça explica que estão agora a ser avaliados os brilhantinas da figueira, com uma estrutura mental na faixa etária entre os 2 e os 4 anos, estimando-se que até 31 de Dezembro de 2049 possa haver mais do que o candidato a primeiro que alterna entre a foz e Bragança...

... é único!

Já vejo painéis publicitários por todo o Portugal
(versão 815a - série "iliterato")

Eu poio o futuro primeiro!