Bloggaridades - SocioElegias

para quase toda a vulgar sociedade elegíaca

29.10.04

Não sabia que Marcelo Rebelo de Sousa tinha um caso
(versão 1070a - série "iliterato")
Ando completamente a leste enquanto outros vacilam entre os diários que são notícia e as televisões que são vê i. Eu como não leio um nem vejo a outra não percebo o porquê das demissões, auscultações e toda a celeuma oftalmática promovida pela Alta Autoridade para a Comunicação Social. Valha-nos ao menos isso. Isso o quê? pergunto-me. Que existe uma autoridade anormal - porque é alta - para a comunicação social...
E não meio capital que resista. Só eu não serei ouvido. Cheira-me a pide ao contrário. Confesso, contudo, o surpreso que estou por haver quem se surpreenda com este Estado de coisas. Claro que os poderes político e económico têm um caso com a comunicação social. Cá para mim os ciúmes também entram na historieta, daí o pedido de suavização das críticas. Como diria alguém, a cabala dada não se olha o demente (ou qualquer coisa do género)

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25.10.04

100 dias, sem noites
(versão 1060a - série "iliterato")
Afazeres profissionais levaram-me de viagem ao berço da portugalidade, ali onde o excelso Infante resolveu cristalizar-nos para sempre... cenário perfeito para emprenhar pelos ouvidos com o tema do fórum TSF: os 100 dias de governação de outro excelso (este excede-se mesmo).
E ouvi de tudo. Sem contraditório. Sem supositório. Cem dias e noites nenhumas. Sufragou-se do positivo ao negativo o total de dias - e já lá vão 100 dias d.s. (depois de Santana) - Que sim e viva; que não e morra. E a culpa é do Sampaio! Até o jornal El Pais, nosso vizinho, fez uma resenha para concluir que todos os jornalistas de todos os quadrantes estão agora unidos. Contra o governo, claro!
Clama-se por liberdade, pelo barco do amor, pela descida do IRS, pela subida dos salários, pelo fim das scut's, pela moderação das taxas, pelo arrendamento com lei, pelas reformas para todos e todos na mesma caixa, pela reciclagem de todos os políticos, pelas celebridades todas e não só às quintas... e lições em directo (telefonia sem fios, às vezes).
Aguardo pelo 111.º dia de governação... gosto da capicuada opinativa.

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18.10.04

E agora e sempre, algo completamente indigente
(versão 1049a - série "iliterato")
Eles merecem-se! Os dirigentes (custa-me chamá-los assim, já que não dirigem gentes nem se digerem como tal) dos clubes portugueses, salvo raras excepções - dos que ninguém fala e, supostamente, não existem - e de 2 dos principais ditos grandes, digladiaram-me como só eles o sabem fazer durante a semana que antecedeu o clássico (eu diria obra-prima tresmalhada de aborto em 2 tons com o vermelho e o azul a destoar) e após o confronto e aqui faço ponto final

Este país merece-os! Há quem os apelide de adeptos, àquela horda de bem falantes e ainda mais cívicos representantes da masturbação colectiva com refrão de filhos de toda a gente, indigente? Valha-nos o pudor em cartaz publicitando a cotonete que não lhe cabe. Qual verdade desportiva? É o futebol um desporto? Tão só uma montra de cheques chorudos de que alguns invertebrados se alimenta. E o povo, sempre o povo quando é preciso justificar o indizível, lá clama por vingança! Hinos de revolta regados a champanhe… mouros e respectivas, dragões espongiformes… definitivamente nós merecemo-los! Com ou sem sotaque nos seus novos estádios, primitivos como sempre…

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9.10.04

E agora, algo completamente diferente
(versão 1025a - série "iliterato")
Agora que o país inteiro se comove por uma causa, resolvo por interposto Pocti Júnior (que plagio), propor-vos algo completamente diferente: Os ISBN, ISSN e ISMN.


O ISBN, sigla que designa International Standard Book Number, funciona como uma espécie de número de bilhete de identidade internacional padronizado na comunidade biblio, que serve para identificar um livro numa determinada edição que nunca mais se repetirá. Se reparar, cada cidadão tem direito a um único número (salvo excepções inexplicáveis sobre as quais não nos debruçaremos neste momento bonito de transmissão de conhecimento). Assim acontece com os livros. Cada livro tem direito ao seu número de identidade que está organizado por país, título, autor e editora. Já agora algumas curiosidades:

- Criado em 1967 por editores ingleses, passou a ser amplamente empregado tanto pelos comerciantes de livros quanto pelas bibliotecas, até ser oficializado, em 1972, como norma internacional pela International Standard Organization – ISO 2108-1972.

- O número de identificação de título, distribuído pela agência local de atribuição de ISBN aos editores, é determinado pela extensão dos identificadores de grupo e da editora: quanto maior for o número de dígitos referente à editora, menor será o de título.

- O ISBN deve ser atribuído a publicações impressas com, no mínimo, cinco páginas, em que predomine texto de natureza literária, técnica e/ou científica.

- Todos os livros que tenham como ISBN um número que comece com os dígitos 972 significa que foram editados em Portugal.

- De igual modo existe ainda o ISSN, sigla que designa International Standard Serial Number, que funciona como o ISBN mas para publicações em série, revistas, etc, bem como o ISMN, sigla que designa, por sua vez, o International Standard Music Number. O ISMN identifica todas as edições de música impressa, quer estejam disponíveis para venda, aluguer ou distribuição gratuita, ou quer se trate de uma parte, partitura, ou de um elemento num kit multi-media.

Para mais e mais rápida informação o Pocti Júnior aconselha:

ISBN (Número Internacional Normalizado do Livro): e

ISSN (Número Internacional Normalizado das Publicações em Série):

ISMN (Número Internacional Normalizado da Música):

A administração do sistema ISBN efectua-se em dois níveis:

o internacional e o do país

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4.10.04

De braga com uma cruz contra a diversão nas universidades
(versão 1013a - série "iliterato")
Partilho da mesmíssima opinião de todos quantos catolicamente estacionam os seus carros nos parques das privadas propinas que assim à mãe e ao pai e, porque não?, a todos os que lá trabalham também. É com certeza vergonhoso o divertimento a que os nossos futuros gestores reformados se entregam. E proseiam por horários nada consentâneos com a prática laica dum país que não se reveza, mas reza. E para além dos convertidos, o que nos sobra? Insusexo escolar.
Fechem esses pobres filhos em casa de pais que não os abandonem. Abençoai com mil benesses privados vícios para que estes cheguem a todos os públicos. Universal causa de cruz em riste!

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1.10.04

eSCUTem
(versão 1002b - série "iliterato")
eSCUTem: O Governo decidiu introduzir o pagamento de portagens nas actuais auto-estradas sem custos para o utilizador (as tão famigeradas Scut's travestidas de itinerários C e P... e os comboios não são para aqui chamados).
A medida é justificada como sendo de interesse nacional, e como o que é nacional é bom está previsto um regime temporário de isenção (num raio de 30 quilómetros) para os habitantes locais e empresas até um limite de 4 anos. O que é local não é afinal nacional: regionalizações auriculares!?
Qual é o argumento? Libertar fundos financeiros para concretizar o Plano Rodoviário Nacional até 2015.
O que quer isto dizer? que existe um Plano Rodoviário Nacional.
E mais? Que em 2015 todos pagarão portagens sempre que se queiram deslocar...
E quais são as alternativas? Não haverá alternativas. Hoje também não as há!
Claro que concordo com o princípio do consumidor-pagador. Por isso vou andar com a casa às costas. Eterno residente a eSCUTar país fora.
Como conseguem os espanhóis eSCUTar? Usando a cabeça...

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